quarta-feira, 29 de outubro de 2008

POLUIÇÃO DA ÁGUA

POLUIÇÃO DA ÁGUA

Link: http://educar.sc.usp.br/biologia/textos/m_a_txt5.html

Alguém já disse que uma das aventuras mais fascinantes é acompanhar o ciclo das águas na Natureza. Suas reservas no planeta são constantes, mas isso não é motivo para desperdiçá-la ou mesmo poluí-la. A água que usamos para os mais variados fins é sempre a mesma, ou seja, ela é responsável pelo funcionamento da grande máquina que é a vida na Terra; sendo tudo isto movido pela energia solar.

Vista do espaço, a Terra parece o Planeta Água, pois esta cobre 75% da superfície terrestre, formando os oceanos, rios, lagos etc. No entanto, somente uma pequenina parte dessa água - da ordem de 113 trilhões de m3 - está à disposição da vida na Terra. Apesar de parecer um número muito grande, a Terra corre o risco de não mais dispor de água limpa, o que em última análise significa que a grande máquina viva pode parar.

A água nunca é pura na Natureza, pois nela estão dissolvidos gases, sais sólidos e íons. Dentro dessa complexa mistura, há uma coleção variada de vida vegetal e animal, desde o fitoplâncton e o zooplâncton até a baleia azul (maior mamífero do planeta). Dentro dessa gama de variadas formas de vida, há organismos que dependem dela inclusive para completar seu ciclo de vida (como ocorre com os insetos). Enfim, a água é componente vital no sistema de sustentação da vida na Terra e por isso deve ser preservada, mas nem sempre isso acontece. A sua poluição impede a sobrevivência daqueles seres, causando também graves conseqüências aos seres humanos.

A poluição da água indica que um ou mais de seus usos foram prejudicados, podendo atingir o homem de forma direta, pois ela é usada por este para ser bebida, para tomar banho, para lavar roupas e utensílios e, principalmente, para sua alimentação e dos animais domésticos. Além disso, abastece nossas cidades, sendo também utilizada nas indústrias e na irrigação de plantações. Por isso, a água deve ter aspecto limpo, pureza de gosto e estar isenta de microorganismos patogênicos, o que é conseguido através do seu tratamento, desde da retirada dos rios até a chegada nas residências urbanas ou rurais. A água de um rio é considerada de boa qualidade quando apresenta menos de mil coliformes fecais e menos de dez microorganismos patogênicos por litro (como aqueles causadores de verminoses, cólera, esquistossomose, febre tifóide, hepatite, leptospirose, poliomielite etc.). Portanto, para a água se manter nessas condições, deve-se evitar sua contaminação por resíduos, sejam eles agrícolas (de natureza química ou orgânica), esgotos, resíduos industriais, lixo ou sedimentos vindos da erosão.

Sobre a contaminação agrícola temos, no primeiro caso, os resíduos do uso de agrotóxicos (comum na agropecuária), que provêm de uma prática muitas vezes desnecessária ou intensiva nos campos, enviando grandes quantidades de substâncias tóxicas para os rios através das chuvas, o mesmo ocorrendo com a eliminação do esterco de animais criados em pastagens. No segundo caso, há o uso de adubos, muitas vezes exagerado, que acabam por ser carregados pelas chuvas aos rios locais, acarretando o aumento de nutrientes nestes pontos; isso propicia a ocorrência de uma explosão de bactérias decompositoras que consomem oxigênio, contribuindo ainda para diminuir a concentração do mesmo na água, produzindo sulfeto de hidrogênio, um gás de cheiro muito forte que, em grandes quantidades, é tóxico. Isso também afetaria as formas superiores de vida animal e vegetal, que utilizam o oxigênio na respiração, além das bactérias aeróbicas, que seriam impedidas de decompor a matéria orgânica sem deixar odores nocivos através do consumo de oxigênio.

Os resíduos gerados pelas indústrias, cidades e atividades agrícolas são sólidos ou líquidos, tendo um potencial de poluição muito grande. Os resíduos gerados pelas cidades, como lixo, entulhos e produtos tóxicos são carreados para os rios com a ajuda das chuvas. Os resíduos líquidos carregam poluentes orgânicos (que são mais fáceis de ser controlados do que os inorgânicos, quando em pequena quantidade). As indústrias produzem grande quantidade de resíduos em seus processos, sendo uma parte retida pelas instalações de tratamento da própria indústria, que retêm tanto resíduos sólidos quanto líquidos, e a outra parte despejada no ambiente. No processo de tratamento dos resíduos também é produzido outro resíduo chamado "chorume", líquido que precisa novamente de tratamento e controle. As cidades podem ser ainda poluídas pelas enxurradas, pelo lixo e pelo esgoto.

Enfim, a poluição das águas pode aparecer de vários modos, incluindo a poluição térmica, que é a descarga de efluentes a altas temperaturas, poluição física, que é a descarga de material em suspensão, poluição biológica, que é a descarga de bactérias patogênicas e vírus, e poluição química, que pode ocorrer por deficiência de oxigênio, toxidez e eutrofização .

eutrofização é causada por processos de erosão e decomposição que fazem aumentar o conteúdo de nutrientes, aumentando a produtividade biológica, permitindo periódicas proliferações de algas, que tornam a água turva e com isso podem causar deficiência de oxigênio pelo seu apodrecimento, aumentando sua toxidez para os organismos que nela vivem (como os peixes, que aparecem mortos junto a espumas tóxicas).

A poluição de águas nos países ricos é resultado da maneira como a sociedade consumista está organizada para produzir e desfrutar de sua riqueza, progresso material e bem-estar. Já nos países pobres, a poluição é resultado da pobreza e da ausência de educação de seus habitantes, que, assim, não têm base para exigir os seus direitos de cidadãos, o que só tende a prejudicá-los, pois esta omissão na reivindicação de seus direitos leva à impunidade às indústrias, que poluem cada vez mais, e aos governantes, que também se aproveitam da ausência da educação do povo e, em geral, fecham os olhos para a questão, como se tal poluição não atingisse também a eles. A Educação Ambiental vem justamente resgatar a cidadania para que o povo tome consciência da necessidade da preservação do meio ambiente, que influi diretamente na manutenção da sua qualidade de vida.

Dentro desse contexto, uma grande parcela da contenção da "saúde das águas" cabe a nós, brasileiros, pois se a Terra parece o Planeta Água, o Brasil poderia ser considerado sua capital, já que é dotado de uma extensa rede de rios, e privilegiado por um clima excepcional, que assegura chuvas abundantes e regulares em quase todo seu território.

O Brasil dispõe de 15% de toda a água doce existente no mundo, ou seja, dos 113 trilhões de m3 disponíveis para a vida terrestre, 17 trilhões foram reservados ao nosso país. No processo de reciclagem, quase a totalidade dessa água é recolhida pelas nove grandes Bacias Hidrográficas aqui existentes. Como a água é necessária para dar continuidade ao crescimento econômico, as Bacias Hidrográficas passam a ser áreas geográficas de preocupação de todos os agentes e interesses públicos e privados, pois elas passam por várias cidades, propriedades agrícolas e indústrias. No entanto, a presença de alguns produtos químicos industriais e agrícolas (agrotóxicos) podem impedir a purificação natural da água (reciclagem) e, nesse caso, só a construção de sofisticados sistemas de tratamento permitiriam a retenção de compostos químicos nocivos à saúde humana, aos peixes e à vegetação.

Quanto melhor é a água de um rio, ou seja, quanto mais esforços forem feitos no sentido de que ela seja preservada (tendo como instrumento principal de conscientização da população a Educação Ambiental), melhor e mais barato será o tratamento desta e, com isso, a população só terá a ganhar. Mas parece que a preocupação dos técnicos em geral é sofisticar cada vez mais os tratamentos de água, ao invés de se aterem mais à preservação dos mananciais, de onde é retirada água pura. Este é o raciocínio - mais irracional - de que a técnica pode fazer tudo. Técnicas sofisticadíssimas estão sendo desenvolvidas para permitir a reutilização da água no abastecimento público, não percebendo que a ingestão de um líquido tratado com tal grau de sofisticação pode ser tudo, menos o alimento vital do qual o ser humano necessita. Ou seja, de que adianta o progresso se não há qualidade de vida? A única medida mitigadora possível para este problema, na situação grave em que o consumo da água se encontra, foi misturar e fornecer à população uma água de boa procedência com outra de procedência pior, cuidadosamente tratada e controlada. Vejam a que ponto tivemos que chegar.

Portanto, a meta imediata é preservar os poucos mananciais intactos que ainda restam para que o homem possa dispor de um reservatório de água potável para que possa sobreviver nos próximos milênios.


Texto:Dr.ª Sônia Lúcia Modesto Zampieron
Biólogo João Luís de Abreu Vieira

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Como fazer prova / Vestibular / Concurso ?


Uma das coisas que eu aprendi durante a minha vida acadêmica é a importância de saber fazer uma prova. As vezes não basta o seu conhecimento sobre o assunto da prova para garantir uma boa nota. Pensando nisso aqui vão algumas dicas básicas de como se portar diante a prova.1- Instruções Por incrível que pareça tem gente que não para para ler as instruções das provas. Isso é fundamental: Pode te informar se você tem que fazer todas as questões, se alguma questão precisa de formulas que estão no quadro, se pode ser respondido a lápis ou a caneta.
2- OverviewLer toda prova sem entrar em detalhes. Aquela leitura rápida para verificar o numero de questões, quais são os assuntos abordados na prova, identificar quais são as questões que o seu domínio é maior e onde você vai ter dificuldade, e ainda estimar como gerenciar o seu tempo.
3- Comece Pelo Fácil.Agora que o overview está feito comece pelas questões fáceis e rápidas. Mas sem correr , certifique-se que leu o enunciado de maneira correta e entendeu claramente o que foi pedido.
Dessa forma você garante seus pontos inicias no teste, e como são questões do seu domínio você acaba ficando com mais tempo para as questões difíceis.
4- Fazendo a parte difícil.É claro que a dificuldade é maior para as questões restantes, mas não é necessario o pânico. Leia com calma o enunciado e o entenda, se não estiver claro o que está sendo pedido deixe essa questão para o final.
Não tenha pressa , é melhor ter a questão feita com calma e corretamente do que várias questões feitas com pressa, porém erradas.
5- Ultimas questões.Se você deixou alguma questão para o final que você não entendeu o enunciado , agora é a hora de lidar com a questão. Leia o enunciado novamente , como você quebrou a linha de raciocínio pode ser que você a entenda. Caso contrário pergunte para o fiscal da prova se ele pode lhe ajudar.
6- Revisão.Na realidade todas essa dicas foram dadas para otimizar o seu tempo na prova, e se deu certo até aqui , com certeza sobrou tempo para uma revisão. Ela serve para garantir que não houve nenhum erro de atenção na prova.
As dicas são essas, com certeza estudando o assunto da prova e seguindo a metodologia as suas chances de fazer uma boa prova aumentam.
Você tem mais alguma dica ? Compartilhe nos comentários


segunda-feira, 24 de março de 2008


Tenho um trabalho para desenvolver o que devo fazer?


Primeiramente, você deve estar por dentro do tema, quando digo estar por dentro do tema é saber exatamente tudo o que deve ser abordado e escrito no seu trabalho. Ao invés de procurar pela Internet ou em livros (enciclopédias) você deve saber o que realmente procura para evitar “perder tempo” colhendo material errado. Um exemplo disso é quando um professor de história pede apenas as fases da Primeira Guerra Mundial e você ao pesquisar sobre o tema aborda toda a história da Primeira Guerra Mundial (desde as suas alianças, início, fases e término da primeira guerra), isso caracteriza uma “perda de tempo”, ao menos que seu professor seja totalmente “compreensível”.


Já sabe sobre qual tema você deve falar?


Inicie sua busca, procure no Brasil Escola, sites de busca o tema proposto pelo seu professor, encontre várias fontes possíveis, não fique preso a somente uma fonte, pois assim você poderá tornar seu trabalho mais rico em informações. Após encontrar os temas, inicie uma leitura de todos materiais que encontrou, comece a grifar nestes materiais, (note que é importante que você tire cópias dos materiais que encontrar, pois é deselegante rabiscar livros e enciclopédias) após “sublinhar” todos materiais inicie a composição do seu texto. Note que um bom texto e uma boa redação ajudam na composição do seu trabalho. Após o término do texto, inicie sua introdução e conclusão, na introdução você deverá indicar do tema que vai tratar no trabalho e suas perspectivas para escrevê-lo, já na conclusão você deverá escrever o que aprendeu no tema, nada de encher lingüiça, tente ser direto e objetivo. Não se esqueça também da bibliografia, ela é muito importante nos trabalhos escolares, inclusive indicar a bibliografia dos materiais colhidos pela Internet.
Por Thiago Ribeiro
Equipe BrasilEscola.com
Em 8 de Outubro de 2006.
Fonte:

http://www.brasilescola.com/dicasdeestudo/desenvolvendo-um-trabalho.htm

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

O que é a Aprendizagem?


Aprendizagem é um processo de mudança de comportamento obtido através da experiência construída por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais. Aprender é o resultado da interação entre estruturas mentais e o meio ambiente. De acordo com a nova ênfase educacional, centrada na aprendizagem, o professor é co-autor do processo de aprendizagem dos alunos. Nesse enfoque centrado na aprendizagem, o conhecimento é construído e reconstruído continuamente.


Quando a educação é construída pelo sujeito da aprendizagem, no cenário escolar prevalecem a resignificação dos sujeitos, novas coreografias, novas formas de comunicação e a construção de novas habilidades, caracterizando competências e atitudes significativas. Nos bastidores da aprendizagem há a participação, mediação e interatividade, porque há um novo ambiente de aprendizagem, remodelização dos papéis dos atores e co-autores do processo, desarticulação de incertezas e novas formas de interação mediadas pela orientação, condução e facilitação dos caminhos a seguir.

A Educação como interatividade contempla tempos e espaços novos, dialogo problematização e produção própria dos educandos. O professor exerce a sua habilidade de mediador das construções de aprendizagem. E mediar é intervir para promover mudanças. Como mediador, o docente passa a ser comunicador, colaborador e exerce a criatividade do seu papel de co-autor do processo de aprender dos alunos.

Na relação desse novo encontro pedagógico, professores e alunos interagem usando a co-responsabilidade, a confiança, a dialogicidade fazendo a auto-avaliação de suas funções. Isso é fundamental, pois nesse encontro, professor e alunos vão construindo novos modos de se praticar a educação. É necessário que o trabalho escolar seja competente para abdicar a cidadania tutelada, ultrapassar a cidadania assistida, para chegar à cidadania emancipada, que exige sujeitos capazes de fazerem história própria. Saber pensar é uma das estratégias mais decisivas. O ser humano precisa saber fazer e, principalmente, saber fazer-se oportunidade. (DEMO, Política Social do Conhecimento).

Os objetivos da aprendizagem são classificados em: domínio cognitivo (ligados a conhecimentos, informações ou capacidades intelectuais); domínio afetivo, (relacionados a sentimentos, emoções, gostos ou atitudes); domínio psicomotor (que ressaltam o uso e a coordenação dos músculos). No domínio cognitivo temos as habilidades de memorização, compreensão, aplicação, análise, síntese e a avaliação. No domínio afetivo temos habilidades de receptividade, resposta, valorização, organização e caracterização. No domínio psicomotor apresentamos habilidades relacionadas a movimentos básicos fundamentais, movimentos reflexos, habilidades perceptivas e físicas e a comunicação não discursiva.

A educação vista sobre o prisma da aprendizagem, representa a vez da voz, o resgate da vez e a oportunidade de ser levado em consideração. O conhecimento como cooperação, criatividade e criticidade, fomenta a liberdade e a coragem para transformar, sendo que o aprendiz se torna no sujeito ator como protagonista da sua aprendizagem. “
Porque nós estamos na educação formando o sujeito capaz de ter história própria, e não história copiada, reproduzida, na sombra dos outros, parasitária. Uma história que permita ao sujeito participar da sociedade”. (Pedro Demo).
Ref: DEMO, Política Social do Conhecimento.

Amélia Hamze
ahamze@uol.com.br

fonte:

http://pedagogia.brasilescola.com/trabalho-docente/o-que-e-aprendizagem.htm

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Nº 1545 – 12 de maio de 1999

"O método capacita o professor a decifrar o que está acontecendo na cabeça da criança, se há impulsividade, ansiedade ou se o problema está na elaboração"Reuven Feuerstein, educador

E D U C A Ç Ã O
Direito à inteligênciaO educador Reuven Feuerstein aplica no ensino público baiano seu método revolucionário que afirma que todos são capazes de aprender

RITA MORAES – Salvador (BA)
Quando convidado para o cargo de secretário de Educação da Bahia, Eraldo Tinoco já tinha um projeto ambicioso: aplicar a toda a rede pública o método de construção da inteligência do educador romeno Reuven Feuerstein, que conhecera por meio de uma reportagem publicada em

ISTOÉ ("Deixe-me pensar", edição 1496, de junho de 1998). A máxima de que todas as pessoas, em todas as idades, podem aprender e a crença de que o cérebro é modificável difundidas pelo professor lhe pareceram a solução para melhorar os resultados escolares de um dos Estados mais ricos do Nordeste.
A Bahia deu um passo decisivo para isso. Na terça-feira 27, durante uma conferência para cerca de dois mil educadores em Salvador, Feuerstein assinou com a Fundação Luís Eduardo Magalhães um acordo para utilização e aplicação de seu método por dez anos. "Criaremos know-how e mudaremos toda a rede, resgatando o orgulho da escola pública", disse o secretário. Na segunda visita ao Brasil, Feuerstein, 80 anos, também mostrava entusiasmo. "É a primeira vez que um governo entende que a inteligência é um direito e assume o dever de proporcionar condições para desenvolvê-la", comemorou o ex-discípulo de Jean Piaget com a vivacidade de menino. Iniciado com crianças sobreviventes do Holocausto, seu método tem sido aplicado em mais de 40 países e se concentra na figura do mediador, aquele que enriquece a realidade imediata com novas informações e significados.Em Salvador, Feuerstein falou a ISTOÉ:

ISTOÉ – Há outro projeto tão amplo quanto este da Bahia?

Reuven Feuerstein – Nos Estados Unidos talvez tenhamos duas mil classes, em Israel treinamos a cada ano 1.500 professores de vários países. Mas o interessante neste projeto não é o tamanho, e sim a orientação para a qualidade e a transformação do sistema educacional. Não se trata da iniciativa de uma escola ou de um grupo, mas de uma rede de ensino. É ambicioso, não na execução, mas na intenção. O processo é longo, mas vamos criar uma atmosfera escolar que dê a cada criança uma forma específica de desenvolvimento. Também haverá em Salvador um centro de treinamento do método.

ISTOÉ – No interior, temos professores com pouca formação. Como aparelhar esses profissionais?
Feuerstein – Quando comecei a preparar o programa, alguns supervisores queriam escolher para mim os melhores professores. Eu disse: "Não, muito obrigado. Mandem-me os professores que mais precisam de mim." Com treinamento apropriado, professores sem especialização ou formação universitária podem ajudar. Temos que dar a eles poder. Isso exige investimento, mas o retorno é grande. Trabalhamos com professores da África do Sul que nem sequer terminaram a escola secundária e eles fizeram um trabalho maravilhoso. Com o Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI), o professor se torna capaz de produzir o próprio desenvolvimento.

ISTOÉ – Para se tornar um mediador é preciso voltar a ser aluno?
Feuerstein – Somos sempre aprendizes. Ao professor falta a técnica certa. Ao oferecer a teoria da aprendizagem mediada lhe ensinamos como deixar uma criança pronta para aprender a matéria, como torná-la alerta e interessada e fazê-la ir além do que aprendeu.

ISTOÉ – Um breve curso intensivo, como o do projeto piloto em Salvador, é suficiente para dar resultados?
Feuerstein – Os coordenadores pedagógicos tiveram 80 horas de treinamento. Aprenderam que as crianças podem ser modificadas, que não devem ser vistas como limitadas e que não se abandona uma criança com dificuldades. Para aplicar o PEI, os mediadores têm que passar por 230 horas de curso. As crianças não foram submetidas ao PEI. Elas passaram por um diagnóstico do potencial de aprendizagem e de mudança. Sentem que mudaram, mas essa transformação não é permanente. Criamos apenas uma amostra. Cabe aos professores desenvolver o sentimento das crianças de que são capazes de mudar. Depois que aprendem o quanto podem aprender, damo-lhes o PEI.

ISTOÉ – Qual é a dificuldade do professor em ensinar?
Feuerstein – Ele não entende como funciona a mente da criança. O professor aprende a matéria, mas não a descobrir o que se passa com a criança, os processos mentais que estão falhando. Temos que interpretar os erros como uma língua. O método capacita o professor a decifrar o que está acontecendo na cabeça da criança, se há ansiedade, impulsividade, se o problema está na elaboração.
ISTOÉ – Observar cada criança é difícil numa classe grande. Como o método funciona em grande escala?Feuerstein – O PEI permite elaborar os problemas em grupo. Os exercícios estão estruturados de maneira a evidenciá-los e as crianças são orientadas pelo mediador. O programa aponta dificuldades específicas. A atividade em grupo permite a interação. Cada criança fala de suas dificuldades e experiências, isso cria uma atmosfera de enriquecimento. A experiência de um serve ao outro.
ISTOÉ – Seu método enfatiza a recuperação da auto-estima. É preciso cuidar do emocional?
Feuerstein – É fundamental. Em cada comportamento, temos os dois lados de uma moeda, o cognitivo e o emocional. Acrescento que essa moeda é transparente, se você olha do lado da cognição, vê o reflexo do emocional e vice-versa. Ensinamos as crianças a serem capazes e hábeis, damos o sentimento de competência e desenvolvemos a necessidade de compartilhar experiências.
ISTOÉ – Que progressos obteve com crianças portadoras de deficiências?
Feuerstein – Tratamos, em Israel, de 250 com síndrome de Down e boa parte pôde ir à escola regular. Temos autistas e meninos com lesões cerebrais. O trabalho só funciona há nove meses, mas muitas dessas crianças nem falavam e algumas já falam e lêem. Alex, por exemplo, é um garoto que tinha a parte esquerda do cérebro atrofiada devido a um problema vascular. Ele não falava até os nove anos, aí foi retirada essa parte do cérebro e conseguiu falar, mas não conseguiu aprender a ler e escrever. Aos 16, ele nos foi trazido e ninguém acreditava que fosse capaz. Hoje, três anos depois, está em treinamento para professor de Enriquecimento Instrumental.

ISTOÉ – O sr. ainda crê que não existe determinismo genético.
Feuerstein – Há 40 anos eu rezei pedindo para poder mudar o cérebro. E esperei. Agora, sei que isso é possível. Hoje sabe-se que as atividades que impomos ao nosso cérebro o transformam.

ISTOÉ – A criança bem-nascida tem mais chances do que a subnutrida?
Feuerstein – As condições alimentares afetam as crianças, mas os efeitos nem sempre são eternos. O ser humano tem capacidade de reversão. Há pessoas que nascem com má herança, mas superam as limitações. Trabalhamos com um grupo de crianças da Etiópia que cresceu sem nenhum tipo de estímulo, sem escolas, canetas, livros ou televisão. E elas aprendem, às vezes, mais rapidamente que os bem-nascidos porque estão habituadas a lutar pela sobrevivência.

ISTOÉ – Há escolas e pais ocupados em formar gênios com programas de estímulos desde a fase de bebê. O que isso pode causar?Feuerstein – Isso é idiotice, é terrível. A criança que está apenas exposta a estímulos não será beneficiada se não houver alguém que agregue conhecimento a isso, um mediador. Quando a criança olha para uma lâmpada e chamamos a sua atenção para a forma, a cor, estamos mediando. Caso contrário, ela vai olhar sem entender nada.
ISTOÉ – Uma mãe sem instrução pode ser uma boa mediadora?
Feuerstein – Maravilhosa. Minha mãe foi boa sem ler minha teoria. A interação da mãe com o bebê, seu rosto, sua expressão, seu modo de acalentá-lo, a todo momento ela está passando informações. Os pais não sabem mais quais são os seus papéis. Temos que mostrar que eles fazem a diferença.

ISTOÉ – Tem havido muitos episódios de violência infantil e adolescente. O que está errado?Feuerstein – Eu estava nos EUA quando aconteceu aquela tragédia de Denver, Colorado. O grande problema é que não houve quem lhes passasse valores. Faltou-lhes um bom mediador. Na televisão, temos as cenas de violência em que se faz mal a alguém e todos riem. O que isso significa? Não sabemos que isso é causar dor ao outro? Mas o problema não é só a violência. Os jovens vivem num mundo sem passado, não têm história, e sem futuro, não há projeções de vida. Eles não têm horizontes, vivem pelo aqui e agora.
ISTOÉ – Qual foi o primeiro estímulo para o seu trabalho?
Feuerstein – Nem mesmo o meu psicanalista conseguiu descobrir isso. Mas até onde consigo lembrar, eu tinha sete anos quando comecei a ensinar. Eu comecei a ler aos três anos e aprendi em três línguas, em iídiche, língua da minha mãe, em hebraico, a do meu pai, e em romeno, do meu país. Quando eu tinha oito, me mandaram um garoto de 15 que não conseguia aprender a ler e eu consegui, na Romênia, ensiná-lo a ler em hebraico. Como? Ensinei-o a ler uma prece. E aí não parei mais. Quando adulto, estive num campo de concentração e depois trabalhei com crianças sobreviventes do Holocausto. Elas tiveram que aprender por que viver e o próprio aprendizado era uma razão. Estávamos numa escola agrícola e as crianças acordavam às 4 horas para ordenhar as vacas. Quando voltavam, vinham ao meu quarto para estudar Filosofia. Até hoje lembramos o que aprendemos nesses momentos e já não somos mais crianças.

A mudança já começou
A Bahia tem 17,7% de evasão escolar e 14,2% de repetência e apresenta um descompasso notável entre a idade da criança e a série escolar. Dos 3,5 milhões de alunos matriculados no ensino fundamental de primeira a oitava séries, 1,1 milhão tem mais de 14 anos e, desse, cerca de 110 mil estão na primeira série. Quase 35% dos 492 mil alunos do ensino médio também têm acima da idade prevista para seu grau, sem contar que 72% dos professores públicos possuem apenas o segundo grau. Para reverter esse quadro, nos primeiros cinco anos o governo pretende envolver no projeto de aplicação do método de Feuerstein cerca de 450 mil alunos do ensino médio e 50 mil professores, 2,5 mil dos quais agirão como multiplicadores. Os alunos serão submetidos durante o primeiro e o segundo ano a 210 horas do Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI) e os professores, em especial os de Matemática e os de Português, dividirão sua carga horária entre as aulas do currículo e a função de mediadores. Na segunda etapa, pretende-se beneficiar 300 mil alunos por ano, alcançando ao fim do projeto um total de quase dois milhões de crianças e adolescentes. Nem mesmo Feuerstein, que mantém o Centro de Desenvolvimento de Aprendizagem em Israel, viu uma iniciativa desse porte. Com a assessoria das professoras Rosa Maria Assis, que dirige um centro habilitado para ensinar o método em Belo Horizonte (MG), e Ruth Kaufman, que trabalha há 17 anos com Feuerstein, foi desenvolvido em Salvador um projeto piloto com 20 estudantes e 23 coordenadores pedagógicos. Os alunos foram somente submetidos ao processo de diagnóstico e mostraram, num encontro com Feuerstein, que a simples apresentação das bases do método já traz benefícios. Tiago Sacerdote, 17 anos, cursa o primeiro ano do ensino médio e sempre teve dificuldades em Matemática. Repetiu a quinta e a sexta séries e nas outras passou raspando. Submetido ao diagnóstico do projeto piloto, descobriu que sua dificuldade não era um destino. "Eu achava que nunca iria aprender. Tinha pavor de Matemática e na prova dava branco. Já fiz uma prova e consegui responder a quase todas as questões", conta animado.



sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Como Estudar


Como melhorar seus estudos?


O Estudo nunca foi tão atrativo na vida da maioria das pessoas, estudar pode ser muito chato e para algumas pessoas perca de tempo, como uma pessoa pode tirar 2 horas estudando se já passa 5 ou 6 horas na escola? Este tipo de pensamento é algo muito errado e está presente constantemente em nossas vidas, estudar pode ser mais fácil do que nós imaginamos isso tudo basta reeducar os hábitos. Estudar exige força de vontade, paciência, disciplina e domínio de técnicas para que o aprendizado seja feito com eficiência máxima e às vezes dedicando pouco tempo. A maioria dos estudantes deixa os estudos tudo para a véspera das provas, apresentações de trabalhos e etc... Uma boa dica é não deixar isso acontecer mais, dedicar duas horas por dia pode ser mais útil do que imaginamos:

1º Vai retirar aquele Stress que sentimos na véspera da prova, porque são muitos conteúdos e não sabemos por onde começar.

2º Você terá um aproveitamento muito superior do que você tem, já que a cada dia você estará revisando a matéria estudada, assim você terá uma tendência maior a aprender as matérias já em sala de aula (podendo dedicar um pouco menos ao estudo na sala de aula) e diminuindo o ritmo na véspera da prova.

3º Você vai aprender com mais facilidade as matérias ensinadas, compreendendo melhor e memorizando melhor todo conteúdo.


Devo estudar todo conteúdo todo dia?


Para os estudantes seculares, dedicar algum tempo ao estudo já é uma matéria muito difícil devido a atrações como: Internet, videogames, Esportes e etc... Não que isso não seja necessário, mas dedicar duas horas para revisar a matéria dada na escola não vai afetar diretamente no seu lazer, pelo contrário você sempre poderá manter a rotina de diversão mesmo com a prova no próximo dia, já que o estudo é contínuo você não dependerá de um dia específico só para estudos. Note que o estudo em grande escala também é prejudicial à saúde, ter uma vida saudável (quanto à prática de esportes) e também um certo lazer (Conversar no MSN, navegar na Internet) também fazem bem.



Produzido por Thiago Ribeiro Equipe BrasilEscola.com Em 8 de Outubro de 2006

FONTE:

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Conteúdo x Conhecimento ( O QUE VC ACHA?)


- A verdade é: Continuo achando que o que estou ensinando em sala a meus alunos, não os afetou o suficiente, ou melhor, não foi significativo o bastante para que tenha realmente despertado o interesse pelo conhecimento. Me parece que eles apenas "decorarão" o que eu falei.
- Porque vc esta dizendo isso? A aula foi chata? Ou alunos não prestaram atenção? Fizeram muita "bagunça"?
- Não! A questão não é essa. Os alunos participaram, apenas alguns poucos conversaram, a maioria estava atenta, mas ainda sim, acho que o objetivo principal da educação não foi alcançado. Considero que educar é preparar um indivíduo para o futura, possibilitando que esse se torne autônomo, pró-ativo e agente de seu desenvolvimento. Para mim, passar o conteúdo não é suficiente. Ainda mais hoje, quando o acesso a informação é tão fácil. Não basta "passar-mos" conteúdos, temos que mediá-los para que os alunos saibam lidar com a informação, aprendendo, utilizando, transformando e adaptando a mesmo para cada situação.

- ( SE VC QUE ESTA LENDO ESTIVESSE NESSA CONVERSA, O QUE DIRIA A SEGUIR?) ...